segunda-feira, 25 de abril de 2011

Importância da prece


Por Gilberto (Esp.) / Rita Foelker

Toda prática mediúnica deveria ser precedida de uma prece. A prece é a ação que nos aproxima dos objetivos superiores de nossas faculdades, incluindo-se a faculdade mediúnica.

Aquele que ilumina com a prece o uso da inteligência torna-se mais inteligente, pela abertura às intuições e inspirações superiores. Aquele que ilumina o seu trabalho iniciando sempre com uma prece, trabalha com mais proveito e diligência, sem distanciar-se da essência espiritual de todas as atividades humanas. Quem busca, na prece, aprofundar e colher frutos melhores de sua mediunidade contará com a assistência dos bons Espíritos e poderá estar mais certo dos resultados de seu exercício.

Da prece advém a serenidade para encontrar a dor dos Espíritos necessitados, a lucidez para agir com mais segurança e para reconhecer a verdade dos momentos mediúnicos, a precisão para identificar as intenções dos Espíritos comunicantes e a união com os benfeitores que saberão decidir pelas providências mais cabíveis.

Quem tem a prece como esteio de sua tarefa mediúnica, cultivando a ligação com os Espíritos orientadores, evitará muitos dissabores e reunirá tesouros que só amizade dos seres amorosos e sábios pode proporcionar à mente e ao coração.

domingo, 3 de abril de 2011

Em busca da permanência em meio à transitoriedade




Texto Inédito
Por Rita Foelker

Nos anos 70, Alvin Toffler parecia saber o que estaríamos vivendo nos dias de hoje. Ele denunciava uma doença do homem contemporâneo, que ele chamou de “choque do futuro”, que se traduzia na nossa dificuldade em lidar com a mudança.
Ele disse que as duas forças que impulsionavam a mudança se chamavam aceleração e transitoriedade, uma delas decorrente da outra. Seu raciocínio partia da premissa de que aquilo que chamamos de 'coisas' são, na verdade, processos, porque de fato não existe nenhum ponto estático, nenhum estado de “não mudança”. Sequer, há um lugar à parte, de onde olhar para a mudança. Tudo é processo.
Acrescentaríamos a isso a finitude das próprias coisas – o trigo virando pizza, a pizza virando jantar, o jantar sendo devorado... E o fato de que as coisas, os próprios bens chamados de duráveis, duram cada vez menos.
Toffler afirma: “A aceleração é uma das mais importantes e menos conhecidas de todas as forças sociais”. E ela não é uma força apenas externa, ela também é uma força psicológica, alterando o modo como vivenciamos a existência.
O autor então oferece uma metáfora, convida-nos a considerar a existência um canal pelo qual a experiência flui. Este fluxo consiste de inumeráveis “situações”, que passam cada vez mais rápido. Se estivéssemos numa condição fictícia, imóveis, observando o fluxo, enxergaríamos as coisas passando cada vez mais depressa e poderíamos nos fixar cada vez menos em cada situação. Eis porque a aceleração traz ainda, em sua bagagem, a transitoriedade.
E a transitoriedade nos afeta profundamente.

O ritmo das mudanças e seu efeito sobre as pessoas

O ritmo das mudanças nos faz alterar, entre outras coisas, os significados daquilo que vivenciamos. Uma coisa que acontece aos poucos é diferente de uma notícia que chega de repente.
Como não contamos com um prazo para assimilar e refletir sobre o que ocorre, uma das tendências que percebo é tornarmo-nos superficiais, porque a vida se tornou complexa demais para que possamos abrangê-la em todas as suas consequências e desdobramentos.
Uma reação a isto parecem ser movimentos como slow food, publicações como a revista Vida Simples, a atração pela vida no campo, o sucesso das pousadas que se multiplicam em zonas rurais. Afinal, parece que a segurança de coisas que obedecem a um ritmo mais lento, dando tempo para nossas adaptações e a respostas pertinentes, é um ingrediente que nos faz falta.
Existem, contudo, outras fontes de segurança, naquilo que não está condicionado pelo passar do tempo. Refiro-me à amizade verdadeira, aos valores da família e da vizinhança, chegando aos valores espirituais perenes – sintetizados na lei de Justiça, Amor e Caridade. Quando, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec optou por tratar dos ensinos do Cristo que tinham caráter imorredouro, talvez ele não soubesse o quanto esses valores seriam fundamentais para o equilíbrio do homem contemporâneo, para sua sanidade mental e para a, muitas vezes, complexa tarefa das escolhas morais que o mundo contemporâneo nos impõe.
Luli Radfahrer, PhD em comunicação digital, escreveu em artigo para a Folha.com, consoante ao que foi dito até aqui: “Novas situações costumam demandar novas palavras para descrevê-las. Quando essas palavras ainda não estão disponíveis, o único jeito é recorrer a velhos termos conhecidos, nem sempre adequados.” E observa como hoje, nas redes sociais, chamamos de “amigos” pessoas que não compartilham nossa intimidade, não convivem conosco, pouco sabem de nós.
Ao fazer isso, ele entende que estamos abrindo a nossa intimidade para os desconhecidos. Mas entendo que estamos fazendo mais: estamos, talvez, ressignificando a amizade para tempos de aceleração e transitoriedade, estamos multiplicando aquilo que chamamos de amigos e tendo menos tempo para cada um deles – assim como para nós mesmos.
Já estamos vivendo numa realidade social onde a competição atinge níveis insanos, onde cada pessoa parece votada ao esforço de ser melhor que outro e obter mais que o outro. Num impulso de franco individualismo, estabelecem-se metas competitivas até para crianças, desde pequenas, muito embora, não importa o quanto consigamos conquistar na vida, nunca parece ser suficiente, se não temos uma estrutura interna de convicções espirituais sólidas e valores correspondentes.
Por isso é que precisamos de referenciais não transitórios. É por isso que os valores eternos e as virtudes morais, que sempre foram tão importantes, adquirem uma relevância ainda maior em tempos de comunicação digital tão múltipla e facilitada.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Higiene mental


Por Gilberto (Esp.) / Rita Foelker

Mediunidade, campo do pensamento e da sensibilidade.

Nos trabalhos mediúnicos, a matéria prima é a delicada realidade dos pensamentos e suas emanações fluídicas, a impressionar a sensibilidade mediúnica. O que é um médium, senão a criatura que transmite, ou seja, que decodifica em linguagem visível ou audível, concreta, a sutileza das ondas-pensamentos dos habitantes do Plano Espiritual?

Sendo o pensamento e a sensibilidade decisivos numa reunião, sendo eles que definem os resultados, o aproveitamento, a fidelidade ao pensamento transmitido, o cumprimento dos objetivos da reunião, há que se cuidar, e muito bem cuidado, dos pensamentos que carreamos conosco no dia-a-dia e, ainda mais, dos pensamentos que nutrimos durante o intercâmbio com os Espíritos.

Daí, podem nascer a harmonia ou, então, as interferências que, quando ganham certa dimensão, fazem os mais céticos duvidarem de que realmente há bons Espíritos interessados na evolução daqueles trabalhos e dos trabalhadores.

Não podemos imaginar que o clima espiritual que nos acompanha não se faça refletir na somatória das contribuições individuais para a formação do ambiente da reunião. Não, depois de conhecermos a plasticidade dos fluidos e a força do pensamento concentrado.

Estude seus pensamentos com imparcialidade como se observasse a tela mental de uma outra pessoa. Quais são bons e produtivos? Quais têm proveito? Quais contribuem para suas metas espirituais superiores?

Quando é que nos prendemos nas teias de idéias deprimentes, envolvidos por um turbilhão mental difícil de conter? E qual pode ser o peso destes pensamentos numa reunião onde, de fato, gostaríamos de estar colaborando, pacificando, nos esclarecendo?