Reúne alguns escritos publicados anteriormente e outros inéditos, tendo em comum a temática da ciência, espiritualidade, discussão de fundamentos e fenomenologia
quarta-feira, 30 de outubro de 2013
Ainda tentando ser perfeito(a)?
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quinta-feira, 17 de outubro de 2013
A importância de considerar diferentes perspectivas
Há sempre uma
multiplicidade de perspectivas para cada fato, cada situação, cada ato. Um modo
de verificar isso é observar a maneira como pessoas diferentes contam algo que
aconteceu. Ou ver o mesmo acontecimento ser noticiado por diferentes
telejornais.
A perspectiva
altera a percepção das coisas, sendo um aspecto crucial do que se considera
conhecimento. A filosofia do conhecimento a enfrenta como um problema
interessante. Alguns filósofos – os relativistas – dizem que tudo, em termos de
conhecimento, é perspectiva. Nada existe, além dela. Já os essencialistas
acreditam que as coisas são algo, em si mesmas, independentes de nossa
perspectiva. Mas aqui não vou teorizar sobre a perspectiva, apenas reconhecer
que ela existe e que não escapamos dela, nem em considerações teóricas, nem na
vida prática.
Na vida prática
Em nosso
cotidiano, a percepção da perspectiva é importante.
Primeiro,
compreendendo que aquilo que pensamos ou acreditamos ser verdade, é parte da
nossa perspectiva pessoal. Não é uma verdade obrigatória para todos.
Depois,
valorizando o direito do outro, de ter a sua própria perspectiva, opinião ou
apreensão das coisas. Nosso modo de pensar e de ver não é gratuito, ele tem uma
história dentro de nós, desde outras encarnações até a nossa educação e o meio
em que vivemos. O do outro, idem.
E, enfim,
percebendo que a perspectiva influencia nosso humor e nossas ações. Segundo o
filósofo estoico Epicteto, “as pessoas ficam perturbadas, não pelas coisas, mas
pela imagem que formam delas”...
Mas, se há
tantas perspectivas quanto seres conscientes, quais delas devem ser
consideradas primordiais? Em minha opinião, duas:
A perspectiva do outro. Numa situação
específica, envolvendo outra pessoa ou um grupo, além da nossa própria, é
importante buscar entender a perspectiva do(s) outro(s). Não vivemos sós e o
que dizemos e fazemos afeta pessoas, em torno de nós. Num diálogo, há duas ou
várias perspectivas, mas só será realmente um diálogo se todas ou a maior parte
delas for considerada. Caso contrário, teremos apenas um conjunto de monólogos.
Além disso, a
consideração da visão do outro também repercute no resultado do diálogo e nas
ações subsequentes.
A perspectiva do eu mais elevado. A segunda
é a perspectiva do Eu superior, que Paul Brunton chama de “eu mais elevado”, o
que bem representa a ideia de observar tudo “do degrau de cima”, de um ponto de
vista mais alto, amplo e abrangente. Representa também o ponto de vista do
nosso “eu melhor”, daquilo que almejamos como meta de melhoria pessoal e
espiritual.
De fato, perante
cada situação, temos uma gama de possibilidades de agir, da mais egoísta à mais
generosa, da mais explosiva à mais paciente, tudo isso, dentro de nosso
espectro evolutivo. Agir com maior bondade e perdão, com maior compreensão e
serenidade, dentro desse espectro evolutivo, é agir com nosso melhor, cumprindo
o nosso propósito na existência. Segundo Brunton, “o estudante precisa ir ao
encontro de cada experiência com a sua mente, lembrando seu relacionamento com
o seu eu mais elevado e, consequentemente, o propósito mais elevado de todas as
experiências. Nunca deve esquecer a aventura na busca da identidade e da
consciência, que a vida é.”
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